terça-feira, 24 de julho de 2012

Identidade Profissional

PSICÓLOGO formado pela FHO (Fundação Hermínio Ometto) - UNIARARAS - Araras - SP, possui experiência em ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO; durante 1 ano (2011) prestou serviço como PSICÓLOGO VOLUNTÁRIO no CAPS I no município de Santa Gertrudes - SP. Trabalha na SECRETARIA DE PROMOÇÃO SOCIAL E AÇÃO COMUNITÁRIA - Cosmópolis e na CLÍNICA PARTICULAR em ATENDIMENTO PSICOTERAPÊUTICO e ACOMPANHAMENTO (A.T.) em Cosmópolis - SP. Cursando Pós-graduação em PSICANÁLISE, GRUPALIDADE E INTERVENÇÕES NAS INSTITUIÇÕES - CEFAS - Centro de Formação e Assistência à Saúde no município de Campinas - SP.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

PRA QUÊ SERVE A TERAPIA?

Como ela pode ajudar em sua qualidade de vida...

“Em vinte anos como psicoterapeuta, pude constatar que muitas pessoas ignoram a verdadeira contribuição que a terapia tem a oferecer às suas vidas. Outras pessoas têm certo preconceito e imaginam que a terapia provoque dependência, que é útil apenas em casos extremos ou ainda que não ajuda em nada. Pois bem, tentarei esclarecer para estas pessoas e também para aquelas que pensam em fazer terapia, mas tem dúvidas, o real sentido deste processo e os ganhos imponderáveis que ele pode oferecer.
Imagine a vida de uma pessoa como um caderno onde a cada dia uma página nova é escrita. Nas páginas constam experiências importantes, boas ou mas que, mesmo que tentemos esquecer, estarão lá, no livro pessoal de cada um, afetando profundamente suas novas vivências.
Acontece que, aquilo que foi escrito anteriormente afeta diretamente a forma como sentiremos os novos acontecimentos. Pois bem, o papel da psicoterapia é o de revisitar algumas páginas e fornecer ferramentas para que o paciente possa rever suas cenas e resignificá-las.
Só assim não repetirá mais as antigas fórmulas cristalizadas de comportamento que o (a) impediam de fazer algo diferente, de agir de forma mais autônoma e espontânea.
Autônoma porque muitos pensam estar escolhendo suas atitudes, mas não estão. Estão repetindo padrões e crenças altamente limitantes.
Através da psicoterapia é possível olhar novamente para uma situação do passado, sentir novamente as emoções contidas nela, olhar sob novos pontos de vista, entender, resolver e superar. Por isso, ao contrário do que pensam alguns, a terapia liberta as pessoas de suas próprias amarras.
O momento certo de buscar esta ajuda é aquele onde a pessoa percebe que a vida não caminha como deveria. Apesar de ter muitas coisas para ser feliz, a pessoa não se sente feliz.
A vida é surpreendente e nos ensina a cada minuto, mas, quando se torna pesada e enfadonha, é o momento de buscar ajuda. 
O papel do psicoterapeuta é utilizar as ferramentas que possui para auxiliar o paciente para buscar dentro de si suas potencialidades em reescrever suas páginas na busca de um nível maior de autoconhecimento e satisfação.
E, na medida em que vai se conhecendo mais e curando suas feridas percebe que a felicidade é uma conquista possível”.

Texto: Silvia Barros Terapeuta Clínica de adolescentes, adultos e casais.



Fonte: Jornal 100% Vida, ano 3; Campinas, outubro de 2011 ed. N° 34  pág. 03

COMO LIDAR COM FRUSTRAÇÕES?

A frustração é um sentimento de desgosto que ocorre quando há resultados negativos em determinadas situações. É adquirida de forma interna quando está ligada a medos, inseguranças, desconfianças; e de forma externa quando está ligada a falta de dinheiro, posição social, qualidade de vida e outros.
Para lidarmos bem com as frustrações rotineiras é preciso que desde a infância tenhamos limites para que consigamos aceitar bem as escolhas ou negações que temos que enfrentar. O autocontrole é superimportante em casos frustrados, pois se empenha em lidar com os impulsos e emoções negativas que prejudicam o emocional.  Para enfrentarmos as frustrações é possível utilizarmos algumas idéias como:

Aceitação: é importante aceitar a condição real de vivência para que através dela seja possível traçar metas e buscar seu alcance.
Dualidade: todo acontecimento tem seu lado negativo e positivo, através deles conseguimos tirar lições de vida. Buscar sempre o lado positivo dos fatos ajuda a reanimar o espírito.
Interpretação: a reprodução do fato também aumenta ou diminui sua dimensão e seu valor. A expectativa gerada sobre o fato é que torna importante ou prioritário.

Texto de Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola

PROJETO CÍRCULO DE CULTURA: FREUD PARA LEIGOS

Biografia de Sigmund Freud:

            Nascido em 1856 em Freiberg, Sigmund Freud mudou-se para Viena com 3 anos de idade. Lá, formou-se médico neurologista e iniciou sua vida profissional pesquisando o funcionamento do Sistema Nervoso, descobrindo a existência do neurônio, das sinapses, etc. Em 1895, com Joseph Breuer, Freud publica os Estudos sobre a histeria. Os casos coletados na obra fundamentam a técnica psicanalítica.
            Em 1930, pelo conjunto de sua obra, Freud recebe o prêmio Goethe, o mais importante prêmio literário da República de Weimar. No mesmo ano, morre Amália, sua mãe. Em 1838, muitos austríacos saúdam a anexação do país à Alemanha Nazista. Em março, o exército alemão entra em Viena. Em junho, os Freud fogem, via paris, para o exílio londrino.
            Freud morre em 23 de setembro de 1839 de overdose de morfina, que a seu pedido, o médico lhe havia aplicado. Há muitos anos vinha sofrendo de um carcinoma no maxilar.

Principais contribuições:
            Sem dúvida a principal contribuição de Freud foi a criação da Psicanálise, que permitiu um rápido e grande avanço científico na compreensão do comportamento humano. Contribui para o desenvolvimento da Psicologia, da Política, da Sociologia, e mesmo do campo artístico.
            No campo da psicologia, graças às teorias de Freud e seus muitos discípulos, o universo infantil foi mais bem compreendido, aceito, e reconhecido como um período próprio, marcado por transformações e desafios importantes, que uma vez perturbados podem gerar seqüelas pelo resto da vida do indivíduo.
            A psicanálise também trouxe descobertas importantes no campo da sexualidade, fazendo desta não somente um mero “tabu”, mas sim parte central de nossa existência enquanto seres racionais e sensíveis simultaneamente. A nova ciência não só trouxe alívio a muitos homens e mulheres que viviam oprimidos pelo peso de suas culpas e repressões, mas também libertou a cultura moderna de crenças e esteriótipos antiquados e prejudiciais à saúde mental.


                                     Natal Marsari Neto – Psicólogo Clínico

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O que é a Psicoterapia Junguiana?

Por Gildean, em 29 de agosto de 2011.

O que é a Psicoterapia Junguiana?
PSICOTERAPIA: A VISÃO JUNGUIANA
                A psicoterapia é o tratamento do espírito, ou melhor, da psique, por métodos psicológicos (FORDHAM, 1978 p. 75), e, por isso, não é um método simples e evidente de trabalho. Pouco a pouco com a evolução , foi-se verificando que se trata de um tipo de método dialético, isto é, de um diálogo ou discussão entre duas pessoas, arte de conversação anteriormente utilizada por antigos filósofos com o objetivo de produzir novas sínteses.
            A psicoterapia é a interação entre dois sistemas psíquicos, do analisando e do analista. O terapeuta, nesta visão, não é somente um sujeito ativo, mas ele vivencia junto um processo evolutivo individual. (JUNG, 2009 p.1)
            Com o passar dos anos foram criados diversos métodos de psicoterapia, sendo que cada um deles baseia-se em pressupostos psicológicos especiais e produz resultados específicos, porém todos procuram estabelecer como meta terapêutica não só a conscientização dos conteúdos e as tendências causadoras das doenças, mas restabelecer no paciente sua condição humana natural e sem deformações.
            Grinberg (2003) relata que se costuma fazer uma distinção entre análise e psicoterapia, de acordo com o nível de aprofundamento, a intensidade, a freqüência das sessões e a duração do processo. Reserva-se o termo de análise para a “psicoterapia profunda” com o objetivo de investigar o inconsciente. Os dois termos também podem ser usados indistintamente.
O verdadeiro curso da análise é de difícil descrição. Tal como o processo de individuação, o curso da análise pode assemelhar-se a um meandro, o intricado motivo decorativo que sugere às voltas inesperadas e imprevisíveis de um labirinto. O curso da análise, tal como o curso da própria vida, encontra-se em contínua transformação, de acordo com a emergência imprevisível de novas e diferentes formas de ser. (HALL, 1995 p. 75). E, nestas novas formas de ser, encontra-se a essência do processo da psicoterapia:
“a psicologia analítica não é padronizada; não há uma atitude padrão que um terapeuta deva aprender ou absorver, passando em seguida a exercer o ofício de modo programado. Isso não é nem bom, nem mau, de um lado tem vantagens, de outro desvantagens. A inevitável desvantagem é sentir-se às vezes perdido, sem clareza a respeito do caminho a seguir. Não há modelo para quem escolhe essa via. A vantagem é que essa proposta permite a criatividade individual e a individuação do próprio terapeuta, abre espaço para que as transformações sofridas por este se manifestem na maneira como trabalha. Essa característica claramente diferencia a terapia junguiana  das outras formas de atendimento. A questão é delicada porque às vezes, uma má prática pode passar desapercebida como sendo uma análise junguiana normal, quando na verdade está sendo falha e mal fundamentada. De modo que é preciso ter alguns critérios bem definidos quando nos avaliamos a nós mesmos ou a trabalhos alheios. Essa dificuldade é devida à ausência de um formato claro e padronizado”. (GAMBINI, 2008).
            Dentro das formas terapêuticas ofertadas nos dias de hoje, tem-se a junguiana como uma das referências. Jung, médico psiquiatra nascido na Suíça, viveu logo após sua graduação uma intensa atividade científica na Universidade de Zurique, sob direção de Bleuler e marcou época nos estudos sobre associações verbais, e, logo em seguida a elaboração do conceito de complexos afetivos, seu primeiro marco na história da psicologia. Alguns anos se passaram e Jung visita Freud em Viena e estabelece uma estreita colaboração mútua entre eles. (SILVEIRA, 2000 p. 14-15).
            Após ler a Interpretação dos Sonhos interessou-se pela utilização dos domínios do sonho nos mecanismos do recalque. Porém no que concerne ao conteúdo do recalque, Jung não concordava com Freud. Como causa do recalque, era apontado o trauma sexual, o que ele achava insatisfatório. Através do seu trabalho prático conhecera numerosos casos em que a sexualidade desempenhara um papel secundário, o que para Freud, no entanto era uma realidade numinosa. (JUNG, 1985 p. 142). Seis anos mais tarde rompe com Freud e sua análise redutiva que enfatiza que os sintomas psíquicos somente em termos de impulsos sexuais infantis recalcados, o que exige aprofundar as neuroses até as suas raízes infantis, (FORDHAM, 1978 p. 75), mas o próprio Jung admite que esta visão possa ser aplicada a alguns casos. Na situação ideal, o analista junguiano seria capaz de engajar a pessoa perturbada numa análise redutiva se isso for indicado, ou naquilo que Jung determinou o modo sintético, o modo de compreensão simbólica e de síntese de elementos conflitantes entre si a serviço do processo de individuação, caso este se afigure mais apropriado. (HALL, 1995 p. 30).
            A visão junguiana concebe um todo psíquico coerente e significativo que existe num mundo no qual existem processos de crescimento a serem facilitados, assim como os processos de ruptura que devem ser tratados de modo responsável. Trata-se de uma visão de mundo que é atribuída à psique individual. (HALL, 1995 p 29) sem, no entanto, menosprezar o impulso sexual de Freud ou a vontade de poder de Adler se estes se revelarem ativos na neurose como já foi citado anteriormente. (FORDHAM, 1978 p. 75).
            Jung emprega o termo “Psicologia Analítica” para designar seu próprio método, que não é apenas um meio de curar, mas também para desenvolver a personalidade, através do processo de individuação. Como, porém nem todos os que procuram auxílio psicológico tem a finalidade de individuação estando em muitos casos objetivos mais limitados, Jung varia o tratamento consoante à idade, o estado do desenvolvimento e o temperamento dos pacientes. (FORDHAM, 1978 p.75)
            Em todos as análises da psicoterapia, Jung põe em relevo o fato dela assentar a relação entre dois seres humanos; e considera que isto é significativo, e perante este fato todos os métodos e teorias são secundários. O analista não pode às vezes deixar de pensar que esta ou aquela via seria melhor para o paciente; não tem, porém o direito de impor suas opiniões: a sua missão é ajudar o paciente a alcançar um estado em que possa descobrir por si próprio o seu modo de viver e a força necessária para pôr em prática. As teorias e métodos são simples auxiliares para chegar a este resultado. Jung comparou este encontro de duas personalidades (terapeuta e paciente) ao contato de duas substâncias químicas; se der uma reação qualquer, ambas se transformam. E, isto não é uma analogia vaga ou fantasista; faz parte dos pressupostos das investigações de Jung sobre Alquimia.
            Este processo de mútua transformação exige tanto do analista como do paciente a mesma honestidade e perseverança, a mesma disposição de mudar, e esta exigência é muito grave, pois em última análise o fato determinante é sempre a sua personalidade. (FORDHAM, 1978 p. 83).


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. FORDHAM, F. Introdução à psicologia de Jung. São Paulo: Verbo: ed. Da Universidade de São Paulo, 1978.  
  2. HALL, J. A experiência Junguiana: Análise e Individuação. 2 ed. São Paulo: Cultrix, 1995.  
  3. GAMBINI, R. A voz e o tempo: reflexões para jovens terapeutas. São Paulo: Ateliê editorial, 2008.
  4. GRINBERG. Jung: O homem Criativo. São Paulo: FTD, 2003.
  5. JUNG, C. G. Memórias, sonhos e reflexões. São Paulo: Círculo do Livro, 1985.
  6.   JUNG, C. G. A prática da psicoterapia: contribuições ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência. 12 ed. Petrópolis: Vozes, 2009.                 
  7.  SILVEIRA, N. Jung, vida e obra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.          


O QUE É ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO OU A.T.?

Por Gildean, em 29 de agosto de 2011.

            O QUE É ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO OU A.T.?

O Acompanhamento Terapêutico é uma prática que se constrói no cotidiano dos pacientes, é um dos possíveis dispositivos que transformam a relação entre loucura e a sociedade. O A.T. é um dispositivo da Reforma psiquiátrica que resgata vínculos e cria novas possibilidades de troca, nas ruas das cidades ou qualquer espaço que possibilite para a sociedade a ruptura com a mentalidade asséptica da loucura, que entende o louco como sujeito perigoso, entendendo que o mesmo não tem condições de se relacionar com a comunidade que vive. 
            Segundo Tenório (2001), o modelo manicomial entende a loucura como o conceito de doença, e a assistência à saúde mental sempre esteve ligada aos hospitais psiquiátricos e dos ambulatórios, o autor retrata que para além dos muros da instituição psiquiátrica temos que compor novas formas de auxiliar o “louco”.
            Inserido no processo da Reforma Psiquiátrica, o serviço de Acompanhamento Terapêutico promove repensar a clínica, que a princípio é a clínica das psicoses, estendendo para outras formas de sofrimento psíquico.
            É através do A.T. que podemos pensar um novo modelo de fazer clínica, ou seja, outro “setting” de atendimento, que pode ser a rua, o shopping, banco da praça, o lago, ônibus, qualquer espaço público que possibilite o contato entre o acompanhado e o acompanhante na relação terapêutica.
            Ir para além do espaço da clínica, do hospital psiquiátrico é apontar outro olhar sobre o “louco”, mais que isso é promover que o mesmo possa caminhar na sociedade sobre outro olhar, e que o dispositivo do A.T. diante da Reforma Psiquiátrica possibilita investimento a partir da potência do paciente no deslocamento das formas de relação.

                                                        autor:  Psicólogo Gildean F. da Silva

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

TENÓRIO, F. A Psicanálise e a Clínica da Reforma Psiquiátrica. Rio de Janeiro. Rios Ambiciosos. 2001. Marca d’ Água Livraria e Editora Ltda. Pág. 39

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O CONTEXTO DO PROJETO CÍRCULO DE CULTURA

Por Gildean, em 25 de agosto de 2011.

Nossa sociedade corre riscos. Uma onda de mediocridade parece querer se impor como se a humanidade não tivesse outro caminho a não ser se render à essa marginalidade. Os programas de televisão investem sem qualquer freio ético na baixaria geral como se tal comportamento pudesse ser legitimado em nome da “santa audiência”. Tudo pela audiência. Mas, será mesmo que tais “programas” só estão preocupados com a audiência e renda, ou também haveria outros motivos? Aniquilar a consciência das massas, por exemplo. E por quê? Para quê distrair e anestesiar a consciência coletiva? Bem, na verdade, esse seria o mandamento de ouro de toda tirania moderna. Homens sem consciência, sem massa crítica não são homens. Autômatos, escravos modernos presos pelo entretenimento. Se tivermos algum poder real nesta vida, este reside em nossa consciência coletiva.

Mexer na consciência de alguém é sempre um projeto que envolve poder. Pode ser para que o sujeito venha a ter mais potência, e com esta viver uma vida mais saudável, auto-realizada, ou ao contrário, para que este venha a ser despossuído, dominado, impedido de realizar seu potencial. Freud foi escolhido para inaugurar esse espaço e não por acaso. Ele percebeu a importância e a necessidade do auto-conhecimento como pré-requisito para a verdadeira liberdade. Uma liberdade além daquelas que os regimes de governo podem oferecer. Mostrou que não somos os senhores de nós mesmos como até então se pensava naquela época. Desse trabalho todo resultou o movimento psicanalítico que continua vivo até hoje.
                                                                                       
                                                                                     Natal Marsari Neto