segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O QUE É ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO OU A.T.?

Por Gildean, em 29 de agosto de 2011.

            O QUE É ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO OU A.T.?

O Acompanhamento Terapêutico é uma prática que se constrói no cotidiano dos pacientes, é um dos possíveis dispositivos que transformam a relação entre loucura e a sociedade. O A.T. é um dispositivo da Reforma psiquiátrica que resgata vínculos e cria novas possibilidades de troca, nas ruas das cidades ou qualquer espaço que possibilite para a sociedade a ruptura com a mentalidade asséptica da loucura, que entende o louco como sujeito perigoso, entendendo que o mesmo não tem condições de se relacionar com a comunidade que vive. 
            Segundo Tenório (2001), o modelo manicomial entende a loucura como o conceito de doença, e a assistência à saúde mental sempre esteve ligada aos hospitais psiquiátricos e dos ambulatórios, o autor retrata que para além dos muros da instituição psiquiátrica temos que compor novas formas de auxiliar o “louco”.
            Inserido no processo da Reforma Psiquiátrica, o serviço de Acompanhamento Terapêutico promove repensar a clínica, que a princípio é a clínica das psicoses, estendendo para outras formas de sofrimento psíquico.
            É através do A.T. que podemos pensar um novo modelo de fazer clínica, ou seja, outro “setting” de atendimento, que pode ser a rua, o shopping, banco da praça, o lago, ônibus, qualquer espaço público que possibilite o contato entre o acompanhado e o acompanhante na relação terapêutica.
            Ir para além do espaço da clínica, do hospital psiquiátrico é apontar outro olhar sobre o “louco”, mais que isso é promover que o mesmo possa caminhar na sociedade sobre outro olhar, e que o dispositivo do A.T. diante da Reforma Psiquiátrica possibilita investimento a partir da potência do paciente no deslocamento das formas de relação.

                                                        autor:  Psicólogo Gildean F. da Silva

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

TENÓRIO, F. A Psicanálise e a Clínica da Reforma Psiquiátrica. Rio de Janeiro. Rios Ambiciosos. 2001. Marca d’ Água Livraria e Editora Ltda. Pág. 39

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